Foto: Ed Alves/CB

Integrantes do MP já encontraram medicamentos vencidos em 2015 e o armazenamento é em geladeira residencial, o que seria proibido por lei

Por Adriana Bernardes ,  Lucas Vidigal – Especial para o Correio

Integrantes do Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) fazem vistoria na farmácia de alto custo localizada na 102 Sul. Na Operação Alto Custo, desencadeada na manhã desta terça-feira (3/10), eles apuram, em um Inquérito Civil Público, irregularidades no abastecimento dos medicamentos.

Até o momento, já foram constatadas pelo menos dois problemas: medicamento com data de vencimento de 2015 e outros guardados em geladeiras residenciais, o que seria proibido por lei. Os integrantes do MPDFT estão vistoriando e inspecionando o fluxo de fornecimento de medicamentos, como o armazenamento e o estoque; a programação; a aquisição e a dispensação dos farmacos, assim como os serviços prestados aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) no DF.

A menina Giovanna, de quatro anos é uma das pacientes afetadas pelos problemas da farmácia de alto custo. A mãe dela, Ana Paula Damásio Cunha dos Santos, 40 anos, chegou com a filha na manhã desta terça-feira, e foi surpreendida pela operação do MPDFT. “A Giovanna não crescia e apareceu um caroço. Descobrimos que era tumor na hipófise. Ela precisa do remédio para desenvolver o GH (hormônio do crescimento). Ela precisa tomar todos os meses para que, aos 8 anos, seja submetida a uma cirurgia”, explicou a coordenadora pedagógica. O remédio na rede privada custa pelo menos R$ 15 mil.

Mesmo com a operação, o atendimento aos usuários está normal. Muitas pessoas que estão na fila estranham a presença dos homens de terno e são informadas por eles ou pela imprensa sobre a fiscalização no local. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) chegou por volta das 11h20, e já começou a inspercionar os medicamentos. O Conselho Regional de Farmácia (CRF-DF) também está no local. o
O risco de percorrer centenas de quilômetros em vão existe para quem vem do Entorno. Afinal, a farmácia do GDF também atende os municípios vizinhos. A dona de casa Gabriela Paula dos Santos, 43 anos, percorre 130 km desde Cristalina (Goiás) para buscar medicamento ao marido, Jairo Martins, que sofre com alta taxa de triglicérides. Os dois foram pegos de surpresa pela ação do MPDFT. Eles não sabiam da denúncia sobre medicamentos vencidos “Se resolve eles virem aqui? Acho que não. Depois volta a ter fila, a faltar remédio e tudo o que a gente já conhece”, desacredita Gabriela.
Mesmo com a operação, o atendimento aos usuários está normal. Muitas pessoas que estão na fila estranham a presença dos homens de terno e são informadas por eles ou pela imprensa sobre a fiscalização no local.

A reportagem do Correio fez contato com a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde e aguarda retorno.

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